sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Meu.


Às vezes, não pensei que poderia te amar tanto assim ou me viciar em você de uma forma um tanto quanto doente. Às vezes, gostava mesmo de mentir pra mim, dizendo que seu físico era o que realmente importava, apenas pra não sentir o que já tomava conta de mim. Às vezes, não me dava conta do que eu sentia crescia e acelerava aqui dentro. Se era algo apenas visual, pasional e sexual, por que, por você eu aprendi tantas coisas? Por que eu aprendi a entender táticas, a dominar ações que você faz tão bem em campo? Por que recuperei partes de uma criança que treinava o sotaque duramente, por dias, incansávelmente? Por que, por você, eu recuperei todos aqueles fados que um por um, foram tomando conta da minha memória novamente? Todos os elos nos unem. "Saímos" do mesmo lugar, do mesmo barco e fui saber isso anos depois de estar entregue à você. Tudo está ligado, tudo está sempre no seu devido lugar e por alguma razão eu te reencontrei, digamos. Você era a peça que faltava. Eu te reencontrei, te perdi e um tempo depois voltei a te achar. Três de Novembro de Dois Mil e Seis. Quase quatro anos, dominando cada loucura, rindo de cada ato impensado, imaginando qual o próximo erro que o "poliglota" vai dizer. É estranho, porque não conheço ninguém que te ame assim, não de perto. Gosto de ver que as pessoas te amam, mas o ciúme é mais forte. Ciúme. Você acaba comigo, meu ciúme vai ao ar com você e com tudo o que você faz, mas magicamente desaparece ou vira aceitável, aprendo à ignorar. Você me ensinou à controlar isso, de certa forma, à diminuir, à economizar lágrimas. Tudo com você vira mágica, não consigo te levar a sério, muito menos ficar brava com você, em qualquer hipótese. Você me ensinou à insistir nas coisas, justamente nas coisas que ninguém quer. Me ensinou à rir de qualquer coisa, à soltar qualquer piada indevida, à ser irônica com apenas uma frase que quase ninguém entende, à guardar um pouco de mim. Me fez entrar num mundo que nunca pensei que fosse meu, numa família enorme. Me surpreendeu até quando não deveria. Me tirou as palavras da boca e me colocou um sentimento. Me faz amar um ser que eu sequer vi o rosto e já posso matar e morrer por ele, que eu sinto que é tão seu, quanto meu. Aprendi à entrar no seu mundo, sem pedir permissão e você fez o mesmo. Se fosse só sua beleza, não seria por tanto tempo essa entrega, esse vício. Eu conheço a parte boa de você, a parte doce, a parte que sonha, a parte que sente, a parte que ama. Conheço e posso me apaixonar por cada uma das suas qualidades, que são muitas. Você era tudo o que eu precisava, pra me dar apenas bons sentimentos, pra me fazer rir sem motivo, pra me fazer bem. Você, é a minha válvula de escape, pra quando as coisas estão mal ou quando variam. Quando algo está mais ou menos e não atrevo a falar nada. Você me acolhe bem e me dá um motivo pra deixar pra lá. É incrível como você me faz bem. Você me fez ter dois mundos, completamente diferentes e amá-los e defendê-los com loucura. Me fez aprender a amar duas pessoas, de modo sincero. Me ensinou a me repartir, me dividir, me compartilhar, mesmo que isso consista em me deixar louca e deixar os outros também, com tamanha bipolaridade. Tenho vontade de agradecer por cada ocasião especial em que fez algo por mim ou que me permitiu ver sua felicidade, mas isso, só pessoalmente. Obrigada por me fazer ser uma pessoa de muitas alegrias, de muitos amores, de muitas vidas. Partes de mim, não seriam ativadas sem você. Obrigada por fazer algo muito importante pra mim, todos os dias, com tudo que você é. Obrigada por existir na minha vida. Obrigada por me amparar, por nunca me deixar cair e por estar aqui. Obrigada por estar quando eu não consigo falar com ninguém. Obrigada por me ensinar que nem sempre tudo é fugaz, que o amor pode nascer. Obrigada por ser bonito por fora, mas muito mais por dentro. Obrigada por ser assim... tão unicamente meu.

"Quiero amarte hoy, yo quiero amarte hoy, por si no hay mañana."
(Nada Es Para Siempre - Luis Fonsi)

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